FAP E COMUNIDADE JUNTAS NA LUTA CONTRA O NOVO CORONAVÍRUS
O mundo vive uma crise sanitária sem precedentes na história recente da humanidade, à medida em que a ameaça da pandemia do vírus COVID-19 se espalha pelo mundo. O Maranhão, segundo os dados oficiais, até 01 de abril já registra 62 casos confirmados de COVID-19, com pacientes de diferentes faixas etárias e 1 (uma) morte. Por ser extremamente contagioso, é provável que mais casos confirmados de doentes pelo novo Coronavírus não tardem a ser notificados por aqui. Além disso, cresce o número de infectados pelo vírus H1N1, tendo sido registrados alguns óbitos.
Nesse contexto, a Faculdade do Baixo Parnaíba, assim como todas as principais Instituições de Ensino Superior do Estado do Maranhão, como Universidade CEUMA e UNDB, por força do que determinam os Decretos Estaduais Nº 35.662, Nº 35.667 e Nº 35.685, além da Portaria nº 343/2020 do Ministério da Educação, tomou uma série de medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias para mitigar a disseminação do vírus e dar aos sistemas de saúde pública e suplementar a chance de não serem sobrecarregados e conseguirem atender a demanda. Por ser um vírus que se dissemina por gotículas e secreções humanas, que pode ficar longos períodos pairando no ar ou depositado em cima de superfícies, não há como impedir que a maior parte da população seja contaminada eventualmente, mas podemos retardar o crescimento no número de casos para garantir que o sistemas de saúde deem conta da demanda e não entrem em colapso. Como instituição formadora, consciente de sua função social, a FAP entende a importância de conscientizar a comunidade a fim de protegermos uns aos outros nesse momento de crise. Abaixo, algumas dicas importantes, todas baseadas em informações de fontes confiáveis, verificadas e, principalmente, fundadas em sólida comprovação e acreditação pela comunidade científica.
A maioria das informações teve como fonte a Organização Mundial da Saúde (OMS) e podem ser encontradas CLICANDO AQUI
Se os sintomas gerados pelo novo coronavírus são os de uma gripe comum, por que tanta preocupação?
Embora os sintomas sejam similares aos de uma gripe comum, há indícios de que o novo coronavírus tem uma capacidade maior de afetar os sistemas respiratórios, porque a infecção causada no pulmão, frequentemente, é mais grave e de mais difícil reversão. Ainda assim, a importância da prevenção diz respeito à necessidade de conter a disseminação do mesmo, para evitar que alcance, sobretudo, às pessoas dos grupos de risco, para quem o coronavírus costuma gerar sintomas mais severos e para quem ele pode sim ser fatal.
Prof. Dr. Átila Iamarino sobre o Novo Coronavírus: Por que é importante ficar em casa.
O que eu posso fazer para evitar a disseminação do Novo Coronavírus?
A medida número 1 recomendada tanto pela Organização Mundial de Saúde, como pela esmagadora maioria da comunidade científica é o isolamento social da maior parte da população, isto é, de todos aqueles que possam ficar isolados.
Além disso, é essencial que todos mantenham o hábito de, com frequência, lavar as mãos com água e sabão, ou na impossibilidade, higienizá-las com álcool gel. Importante também evitar levar as mãos aos olhos e à boca. Há também a recomendação para aqueles que estiverem com sintomas de gripe ou resfriado, isto é, coriza, tosse, espirros etc., para que façam uso de máscaras, evitando que gotículas e secreções contaminem outras pessoas, ou que, ao tossir ou espirrar, cubram o rosto com a parte interna dos cotovelos.
Os benefícios do sabão, como um simples aliado na luta contra o coronavírus;
O que é isolamento horizontal? E o que é isolamento vertical?
Isolamento horizontal consiste no isolamento social generalizado, isto é, de todas as pessoas que possam manter-se em casa, evitando contato social, independente de fazerem parte de grupos de risco. O isolamento vertical é a proposta, não testada ainda, de isolar exclusivamente as pessoas que compõem o grupo de risco.
O biólogo, doutor em Microbiologia, Átila Iamarino, explica porque não podemos considerar o isolamento vertical.
Quem são as pessoas consideradas grupo de risco? Elas têm mais chance de contrair a doença? Se eu sou jovem, não preciso me preocupar com essa doença, correto?
Não existe grupo de risco para a contaminação pelo vírus. O grupo de risco diz respeito às pessoas que estão mais sujeitas a apresentarem quadros mais graves de sintomas, uma vez infectados. Este grupo é composto por pessoas como idosos, imunodeprimidos, isto é, pessoas com baixa imunidade e portadores de condições crônicas, como cardíacos, diabéticos, asmáticos, etc.
Não há nada que garanta que, por ser jovem e saudável, alguém que seja infectado não vá evoluir para um caso grave.
Existe uma quantidade não desprezível de jovens e pessoas de meia idade, não portadores de condições crônicas, entre os casos graves e também entre os mortos. Um dos casos confirmados no Maranhão é, inclusive, de uma criança de 1 (um) ano. Além disso, embora a probabilidade de evoluir para um caso grave seja menor para jovens, esses, ainda que assintomáticos, atuam como transmissores da epidemia, podendo contaminar familiares, colegas de trabalho e de sala, professores e clientes que, porventura, façam parte do grupo de risco. Por isso a preocupação e o esforço de conter a pandemia deve ser todos.
Por que não isolamos apenas as pessoas em grupo de risco (isolamento vertical) ao invés de toda a sociedade (isolamento horizontal)?
O isolamento vertical tem sido amplamente rejeitado pela grande maioria dos especialistas e da comunidade científica para o contexto brasileiro, por dois motivos:
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O primeiro, ele nunca foi cientificamente testado e sua eficácia ainda está por ser comprovada, havendo fortes indícios de que não é a escolha mais eficaz para uma situação de pandemia como a atual.
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O segundo, porque o contexto de pobreza de boa parte da população brasileira torna virtualmente inviável o isolamento somente das pessoas em grupo de risco. O principal problema são as precárias condições de moradia, que obrigam grandes quantidades de pessoas a dividirem pequenos espaços, sem acesso a ventilação adequada, divisão de cômodos ou sequer saneamento básico. Essa é uma realidade muito comum nas comunidades mais pobres, nas periferias das grandes cidades brasileiras e nas zonas rurais mais empobrecidas.
Ouvi falar que já existe uma cura para o Novo Coronavírus! Posso parar de me preocupar?
FALSO! Não é verdade que já exista uma cura para a infecção causada pelo novo Coronavírus e nem que exista uma vacina. Políticos e celebridades que afirmem isso estão disseminando fake news (notícias falsas).
Medicamentos como Cloroquina e Hidroxicloroquina são apenas duas das várias substâncias cuja eficácia no combate à infecção pelo Novo Coronavírus está sendo testada. Todos os estudos e pesquisas ainda estão em estágio inicial, de maneira que não há recomendações dos especialistas nem quantidades seguras de uso desses medicamentos, cujo consumo por conta própria pode ter consequências e danos colaterais graves.
O Brasil vai mal no combate ao Coronavírus?
O CENÁRIO NO BRASIL PODE SER MELHOR [DO QUE EM OUTROS PAÍSES]
Por hora, não. O Imperial College de Londres, um dos centros de pesquisa de referência nesta pandemia, que tem assessorado governos como o do Reino Unido e a própria OMS com dados científicos para a melhor compreensão da situação global, lançou estudo com a análise dos diferentes cenários para a pandemia em diversos países, entre eles o Brasil.
O estudo oferece uma projeção da contaminação e das mortes com e sem as medidas adotadas, notadamente, o isolamento social horizontal e o aumento da capacidade de atendimento hospitalar.
A conclusão é que, no Brasil, graças às medidas tomadas pelos governadores dos estados (que aqui foram implementadas em um estágio muito anterior ao estágio em que os países europeus e os EUA as colocaram em prática) há a possibilidade de que, se mantidas as medidas, o cenário não se agrave ao ponto em que se agravou na Itália, na Espanha e nos EUA. Mais informações sobre o estudo podem ser encontrados CLICANDO AQUI.
3 CENÁRIOS PARA O FIM DA PANDEMIA (BBC BRASIL)
A FAP incentiva toda a sua comunidade acadêmica e a comunidade externa que atenda às recomendações das autoridades sanitárias durante este período de crise. Por mais distante que o problema possa parecer, descumprir as recomendações preventivas de isolamento social e higiene poderá significar que demoraremos mais tempo para superar o pico da crise quando ela nos alcançar e que colocaremos os sistemas de saúde que nos atendem a todos em maior risco de colapso. Neste momento, somos todos parte da solução, e o desfecho rápido dessa crise depende como nunca de nossa habilidade de agir coletivamente e colocar os interesses da comunidade acima dos nossos individuais. Fiquem seguros!